No último dia 3 de março de 2025, Brasília foi palco de uma manifestação cultural que transcendeu a folia carnavalesca: o bloco inclusivo “Deficiente é a Mãe” desfilou pelas ruas da capital, trazendo à tona a discussão sobre o capacitismo e reforçando os direitos das pessoas com deficiência (PCDs). Idealizado há 13 anos pela historiadora Lurdinha Danezy Piantino, o bloco tem como objetivo principal mobilizar PCDs a participarem ativamente do carnaval e conscientizar a sociedade sobre a importância da inclusão.
O termo “capacitismo” refere-se ao preconceito e à discriminação contra pessoas com deficiência, baseados na suposição de que indivíduos sem deficiência são superiores. Essa forma de preconceito está enraizada na sociedade e se manifesta de diversas maneiras, desde atitudes e comportamentos até barreiras arquitetônicas e de comunicação. citeturn0search2
Participar de eventos como o carnaval pode ser um desafio para PCDs devido à falta de acessibilidade nos espaços públicos. Por exemplo, cadeirantes enfrentam dificuldades com a ausência de rampas e calçadas irregulares, enquanto pessoas com deficiência visual ou auditiva podem encontrar obstáculos na falta de sinalização adequada ou de intérpretes de Libras.
Gerson Wilder de Sousa Melo, advogado e participante do bloco, ressaltou a importância de marcar presença nesses eventos culturais: “Nós somos alegres. O carnaval é uma forma de expressão cultural muito peculiar no nosso país. Estamos aqui para dizer que ‘nós existimos’, que ‘nós queremos conviver’ e que ‘nós temos a capacidade e eficiência de estarmos na rua’.”
Iniciativas como o bloco “Deficiente é a Mãe” são fundamentais para combater o capacitismo e promover a inclusão social. Elas não apenas proporcionam visibilidade às PCDs, mas também educam a sociedade sobre a importância de eliminar barreiras físicas e atitudinais, garantindo que todos possam participar plenamente de manifestações culturais e sociais.
A luta contra o capacitismo é contínua e exige a participação de toda a sociedade. Eventos como esse bloco carnavalesco em Brasília destacam a necessidade de políticas públicas eficazes e de uma mudança cultural que valorize a diversidade e assegure os direitos das pessoas com deficiência.
*com informações do O Povo
