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Acessibilidade digital é realidade em apenas 1% dos sites, diz pesquisa

Acessibilidade digital é realidade em apenas 1% dos sites, diz pesquisa

Mulher com deficiência utilizando um computador
Mulher com deficiência utilizando um computador

Levantamento da Hand Talk, startup que usa tecnologia para incluir pessoas com deficiência, mostra que mercado ainda ignora os 8 milhões de brasileiros com deficiência

Apesar da discussão sobre responsabilidade social já ser uma prioridade para 79% das empresas, a acessibilidade digital ainda é desconhecida por mais da metade delas. As informações são do Panorama da Acessibilidade Digital da Hand Talk, startup que utiliza inteligência artificial para garantir que a internet se torne mais acolhedora para pessoas com deficiência.

A pesquisa aponta que, no Brasil, são mais de 17 milhões de pessoas com deficiência, quase 8% de toda a população. Os altos números, no entanto, não combinam com os dados de que apenas 21% das pessoas com deficiência acreditam que os sites e aplicativos contemplam suas necessidades de navegação e incluem suas deficiências.

Pessoas com deficiências visuais representam quase metade dos que acreditam que os sites não são inclusivos. Itens como tradução para Libras, layout adaptado e atendimento online durante todo o dia são as necessidades mais comuns entre as pessoas com deficiência

A pesquisa informa que 61% das empresas não realizam cursos sobre as iniciativas de acessibilidade digital de PCDs e que só 42% possuem um profissional especialista em diversidade e inclusão na organização. Isso explica o dado de que apenas 65% das empresas incorporam o que é mandado na Lei Brasileira de Inclusão.

Apesar da discussão sobre diversidade ter crescido nos últimos anos, as políticas internas e externas ainda não são uma realidade para todas as empresas: 30% das companhias ouvidas afirmaram se preocupar com a inclusão dos funcionários e menos de um quinto delas afirmou cuidar quando se trata dos consumidores.

Atualmente, menos de 1% dos sites no Brasil contam com serviços de acessibilidade focados em pessoas com deficiência. Segundo a pesquisa, isso mostra um abismo entre o conhecimento, a conscientização e a prática. “Por mais que muitas pessoas estejam aprendendo sobre o assunto, pouco é implementado e de fato modificado na web”, conta.

A Hand Talk, que realizou a pesquisa, é uma das ferramentas que ajuda a traduzir textos para a Língua Brasileira de Sinais, a Libras, tornando os sites mais acessíveis para pessoas com deficiências auditivas, entre outras inovações. A pesquisa aponta ainda que o andamento de tecnologias parecidas, que possam ajudar PCDs a navegar pela internet, anda a passos curtos — e a melhora ainda está longe de ser vista.

Para o CEO da Hand Talk, Ronaldo Tenório, o interesse em ações de inclusão existe, mas faltam políticas concretas para PCDs. “É necessário educar as organizações sobre a relação entre o pilar social e estratégias de D&I, além de afinar a discussão para uma internet em que todas as pessoas consigam acessar sem barreiras de comunicação e interação”, conta.

Por Letícia Ozório

Fonte : Exame

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