Ter acesso ao cuidado adequado é mais do que uma necessidade básica — é um direito fundamental que impacta diretamente na qualidade de vida e na autonomia das pessoas com deficiência. Apesar dos avanços nas políticas públicas, o Brasil ainda enfrenta grandes desafios para garantir esse direito de forma plena e digna.
A reportagem da Folha de S.Paulo joga luz sobre uma realidade muitas vezes ignorada: sem cuidado, não há autonomia. Neste artigo, vamos entender como o acesso a serviços de cuidado é essencial para que pessoas com deficiência conquistem independência, participação social e qualidade de vida.
Por que o acesso ao cuidado é fundamental?
- Promove autonomia: Permite que a pessoa realize atividades do dia a dia com segurança.
- Garante dignidade: Cuidar é assegurar higiene, alimentação, mobilidade e saúde.
- Favorece inclusão: Quem tem suporte adequado participa mais ativamente da sociedade.
- Impacta na saúde mental: Reduz estresse, sobrecarga e isolamento.
A realidade no Brasil:
- Falta de políticas públicas efetivas: Grande parte das famílias depende do cuidado informal, geralmente realizado por mulheres da própria família, sem qualquer apoio do Estado.
- Desigualdades e Preconceitos: Além da deficiência, questões sociais como pobreza, gênero e raça agravam a falta de acesso ao cuidado.
- Custos altos: A ausência de suporte público faz com que muitas famílias arquem com custos elevados de cuidadores particulares, equipamentos e adaptações.
O que dizem especialistas e movimentos?
Especialistas em inclusão e representantes dos movimentos das pessoas com deficiência reforçam: o cuidado não pode ser visto como assistência social ou caridade. Ele deve ser entendido como uma política pública permanente, garantida por meio do SUS, da assistência social e de outros órgãos do poder público.
Quais são os caminhos para mudar essa realidade?
- Criação de políticas específicas de cuidado.
- Formação de cuidadores qualificados com apoio do Estado.
- Apoio financeiro para famílias que realizam cuidado não remunerado.
- Ampliação dos serviços públicos de reabilitação, assistência e apoio domiciliar.
- Garantia de que pessoas com deficiência participem da construção dessas políticas.
Cuidado não é favor, é direito!
Quando o cuidado é garantido como política pública, as pessoas com deficiência conseguem ter mais controle sobre suas vidas, fazer escolhas, estudar, trabalhar, se relacionar e viver com mais liberdade.
A falta de acesso não prejudica apenas a pessoa com deficiência, mas toda a sociedade, que perde diversidade, talento e potência humana.
Falar de cuidado é falar de direitos humanos. O Brasil precisa urgentemente transformar o cuidado em uma política sólida, estruturada e acessível. Só assim deixaremos para trás modelos assistencialistas e capacitistas, e avançaremos para uma sociedade onde a autonomia, a dignidade e a liberdade sejam, de fato, para todos.
*Com informações da Folha de São Paulo.